terça-feira, 3 de maio de 2011

A Inclusão Digital no Processo Educativo


A universalização do acesso às tecnologias da informação e comunicação, ou seja, a chamada inclusão digital, é discutida no país desde a década de 1980. Na atual sociedade da informação, o acesso às tecnologias digitais se torna cada vez mais importante na formação intelectual, profissional e pessoal de todas as pessoas.
A Educação à Distância (EAD) é uma proposta inovadora de aprendizagem que utiliza o ciberespaço para a processo de ensino-aprendizagem. O que antes era visto com preconceito, hoje já notamos uma sociedade mais aberta às mudanças na forma de como o conhecimento é produzido. Resultados positivos já são observados e os benefícios desta nova forma de ensino podem ser comprovados, tais como o fato de ser mais econômico por não ter custos com deslocamento geográfico, podendo cada aluno se conectar de qualquer parte do mundo; conhecimento construído de forma colaborativa; dentre outros. Este tipo de ensino-aprendizagem já se apropriou das novas formas educacionais aliadas às tecnologias digitais. Quanto à escola formal de ensino tradicional, ainda caminha a passos lentos neste sentido.
As tecnologias digitais já fazem parte de nosso dia-a-dia, pois estão presentes em vários setores da sociedade. Desta forma, a inclusão digital deve fazer parte do processo educativo. A escola atua de forma ampla na sociedade, se constituindo num espaço de inserção dos jovens na cultura de seu tempo, sendo ela responsável pela crítica dos saberes, valores e práticas da sociedade. Possibilitar ao aluno a vivência crítica com as redes digitais, proporcionando a utilização ativa destas novas formas de comunicação e produção do conhecimento torna-se uma função da escola no sentido de contribuir no processo de inclusão. O professor, por sua vez, deve se inteirar deste novo mundo virtual, obtendo os subsídios necessários para articular e argumentar sobre as novas tecnologias, com práticas didático-pedagógicas que contemplem as tecnologias da comunicação e informação.
A ampliação do acesso à computadores, o acesso à Internet e outras tecnologias digitais não é suficiente para que a inclusão digital realmente se efetive. Para que isto ocorra, é necessário investir em programas de capacitação dos educadores e outros agentes educacionais para a utilização pedagógica das tecnologias, preparando o aluno para atuar na sociedade com responsabilidade e senso de cidadania, de forma crítica e participativa. O que observamos é a utilização destas ferramentas educacionais apenas como apoio à educação, servindo apenas para pesquisas escolares, por exemplo. Desta forma, as escolas estão equipadas com computadores com acesso à Internet, mas o sistema educacional continua o mesmo. Observamos que a escola ainda necessita de mudanças pedagógicas e estruturais para que possa atender de forma mais adequada e eficaz, proporcionando ao aluno o desenvolvimento científico e tecnológico. As tecnologias devem ser utilizadas na educação com o objetivo de transformar as formas de pensar, comunicar e produzir conhecimento, valorizando a interatividade e práticas colaborativas e de compartilhamento, formando assim cidadãos produtores de conhecimento. Estas ferramentas digitais utilizadas apenas como um complemento ou animação da educação tradicional acaba por formar cidadãos apenas repetidores de idéias e consumidores de informações.
A inclusão digital não pode ser obtida apenas na compra de computadores para as pessoas menos favorecidas financeiramente e ensinando a utilizar alguns programas computacionais. O acesso às tecnologias é apenas um dos fatores a serem considerados neste processo. É necessária sim, ação governamental para a ampliação e melhoria da infra-estrutura de acesso, mas também a capacitação do cidadão para a utilização das informações e serviços disponíveis na rede.  Esta capacitação inclui não apenas a aquisição de habilidades básicas para a utilização de computador e Internet, mas também o uso das mídias e informações disponíveis de forma consciente e responsável, a fim de atender os interesses e necessidades individuais e sociais. Com apenas um clique temos à nossa frente um universo de informações, ficando difícil assimilar e selecionar de forma crítica e reflexiva tudo que encontramos. Desta forma, surge a expressão ‘alfabetização digital’, ou melhor, ‘letramento digital’. Na alfabetização o aluno aprende a ler e escrever, mas muitas vezes não é capaz de interpretar, construir argumentações, redigir textos formais, etc. Já o letramento é um processo construído nas práticas sociais. O letramento digital pode ser entendido como uma formação não apenas para a aprendizagem da codificação e decodificação da escrita, utilização correta de teclado, mouse, programas computacionais, dentre outros, mas como uma forma de inserção nas práticas sociais mediadas por computador ou outros equipamentos eletrônicos. Desta forma, o indivíduo é capacitado para compreender, selecionar e reelaborar as informações obtidas de forma crítica, colaborando para o crescimento individual e social.
O surgimento das tecnologias digitais e com isso o excesso e rapidez de informações disponíveis traz à tona a necessidade de uma inclusão digital voltada para a capacitação do uso destes recursos de forma responsável, crítica e reflexiva, selecionando e filtrando as informações realmente necessárias e utilizando-as para a construção do conhecimento.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BONILLA, Maria Helena Silveira. Inclusão digital nas escolas. s.d. Disponível em: <http://www.ici.ufba.br/twiki/pub/GEC/RepositorioProducoes/artigo_bonilla__mesa_inclusao_digital.pdf> Acesso em: 29 abr. 2011

SILVA, Helena; JAMBEIRO, Orthon; LIMA, Jussara; BRANDÃO, Marco Antônio. Inclusão digital e educação para a competência informacional: uma questão de ética e cidadania. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n.1, p.28-36, jan./abr. 2005.

2 comentários:

  1. Olá Roseli muito interessante o seu blog.
    Abraços

    Sirlene

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  2. Olá Sirlene!

    Que bom que passou por aqui!
    Fiquei contente que minha colega veio "visitar-me!
    Abraços
    Roseli

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